O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro foi preso preventivamente neste sábado (22/11), após cumprir prisão domiciliar em Brasília, onde permanecia acompanhado por tornozeleira eletrônica
Neste sábado (22/11), o advogado de Jair Messias Bolsonaro, Paulo Amador da Cunha Bueno, reagiu com “grande indignação” à prisão preventiva do ex-presidente decretada hoje. Ele citou os problemas de saúde e a “prisão vergonhosa” a que o político foi submetido nas dependências da Polícia Federal. Ainda comentou sobre a tentativa de violação da tornozeleira.
O pedido de prisão foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, que avaliou a necessidade de intervenção após a convocação de uma vigília em frente ao condomínio onde Bolsonaro vive, feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na noite anterior, em Brasília.
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“A defesa vem com grande indignação à determinação da prisão preventiva do presidente. Trata-se de um indivíduo que compareceu a todos os atos do processo antes mesmo de ser convocado, sempre esteve disponível e nunca se esquivou de responder a qualquer ato. Compareceu, inclusive, espontaneamente, por ocasião do julgamento do recebimento de sua denúncia”, afirmou.
Ele citou os problemas de saúde de Bolsonaro: “É um idoso, padece de problemas que são públicos e ostensivamente graves em sua saúde. Foi submetido, desde a facada, criminosa facada, a seis cirurgias de longa duração, a última de 12 horas. Foi internado diversas vezes com semi obstruções intestinais, inclusive no fatídico 8 de janeiro. Logo em seguida, ele foi internado nos Estados Unidos”.
“Sofreu de erisipela, padece, portanto, de uma situação extremamente frágil. É inconcebível que o ex-presidente Fernando Collor de Mello seja mantido em prisão domiciliar por conta de apneia do sono e de doença de Parkinson, enquanto o presidente Bolsonaro seja submetido a uma prisão vergonhosa nas dependências da Polícia Federal, diante de todo o estado gravíssimo de saúde que ele apresenta”, completou.
Sobre a tentativa de retirada da tornozeleira eletrônica, ele declarou: “Essa questão da tornozeleira é uma narrativa que tenta justificar o injustificável. O presidente Bolsonaro não teria, de forma alguma, como subtrair-se ou evadir-se de sua casa. Ele tem uma viatura armada com agentes federais 24 horas por dia, 7 dias por semana, na porta da casa dele”.
“A tornozeleira eletrônica tornou-se, neste caso, o símbolo da pena infamante, a versão moderna da pena infamante. Sua finalidade foi apenas causar humilhação ao ex-presidente; não havia qualquer necessidade. Desconheço qualquer indivíduo no Brasil que, tendo tornozeleira eletrônica com escolta permanente da Polícia Federal na porta de sua casa, poderia fugir. Essa tornozeleira não tinha motivo para que ele a tivesse”, finalizou.

