Após anúncio de aposentadoria do cargo de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso afirmou que é “defensor de mais mulheres nos tribunais superiores como uma regra geral”.
“Há homens e mulheres capazes. Vejo com simpatia a escolha recair para uma mulher, mas não quero, com isso, dizer que eu esteja excluindo diversos cavalheiros que também tem a pretensão de vir e merecimento”, destacou Barroso em coletiva após sua última sessão plenária no STF.
Ao ser questionado sobre o porque decidiu deixar o cargo, ele disse que tinha “uma sensação no meu coração de ter cumprido um ciclo. Achei que era hora de abrir espaços para outras pessoas”.
Ainda sobre a vaga, o ministro disse que torce para que venha “uma pessoa com integridade, civilidade e idealista, com compromissos com o Brasil”.
Indicação será feita por Lula
Com a saída antecipada de Barroso, caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fazer uma nova indicação para preencher uma das onze cadeiras da mais alta Corte do Brasil.
Durante o terceiro mandato de Lula, que já indicou quatro dos onze ministros que atuam hoje – Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Dias Toffolli -, um novo nome deverá ser escolhido. Não há um prazo para a indicação do novo magistrado.
Entre os cotados, está o Advogado-Geral da União, Jorge Messias, o senador e ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e a procuradora na Advocacia-Geral da União, Manuelita Hermes Rosa Oliveira Filha, que foi uma aposta para ocupar o a vaga da ex-minsitra do STF, Rosa Weber. Na ocasião, Lula optou por Flávio Dino, seu então ministro da Justiça e Segurança Pública.
O candidato terá que preencher os seguintes requisitos:
- ser maior de 35 anos e ter menos de 75 anos;
- ter conhecimento jurídico reconhecido, o chamado notável saber jurídico;
- ter reputação ilibada, ou seja, ser pessoa idônea e íntegra.
Anúncio de aposentadoria
Em discurso bastante emocionado, Barroso iniciou sua fala relembrando alguns momentos ao longo dos 12 anos e três meses em que ocupou o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal.
“Ao longo desse período, enfrentei e superei com discrição dificuldades e perdas pessoais. Nada disso me afastou da missão que havia assumido perante o país de dar melhor de mim na prestação da justiça”, disse.
Ele destacou que, agora, “é hora de seguir outros rumos” e que “gostaria de viver um pouco mais da vida que me resta”.
“Nem sequer os tenho bem definidos, mas não tenho qualquer apego ao poder e gostaria de viver um pouco mais da vida que me resta sem a exposição pública, as obrigações e as exigências do cargo. Com mais espiritualidade, literatura e poesia”, afirmou.